sábado, 13 de dezembro de 2008

Estados de Disponibilidade Para Interação Social

Três estados de Disponibilidade para interação social

Isolado
Consideramos a criança isolada quando ela está absorvida em uma atividade própria, sem contato visual. Suas respostas são limitadas, ou nem existem, ela está isolada em seu mundo.

Nesse estado, a criança pode realizar qualquer tipo de atividade, desde ficar simplesmente parada, balançando o corpo, brincando com algum objeto de sua preferência, ou até mesmo falando.

Geralmente a criança entra nesse estado porque seu “filtro perceptivo“ está sobrecarregado. A criança não consegue lidar com a quantidade de informações do ambiente, seus sistemas sensoriais não conseguem filtrar as sensações, por isso ela se isola. O isolamento nada mais é que a busca por conforto e calma.

Quando ela está isolada, dificilmente conseguiremos algum tipo de interação que seja prazerosa ou que desenvolva algum tipo de habilidade. Ele tem que levar sua percepção para um único ponto, que lhe dê calma e conforto.

Quando a criança se isola, nunca devemos tentar impedir seu isolamento. Conter fisicamente um ato de isolamento pode soar como uma atitude de extrema agressão. Também é um equívoco tentar distrair a criança, trazendo a para o “nosso mundo”. Ignorá-la pode soar como desprezo pelo mundo dela.

No estado de isolamento a criança se sente calma e em paz, como quem assiste a sua novela favorita e neste momento devemos nos juntar a ela, como quem tem um parceiro para assistir o episódio da novela. É muito bom ter uma companhia para fazer alguma coisa, ainda mais quando essa companhia sente tanto prazer quanto você. Quem sabe assim, uma hora sua criança resolva comentar o que ela esta achando do capítulo?

Devemos então nos JUNTAR a criança que está em isolamento. Quando fazemos isso muitas vezes podemos observar olhares de cumplicidade, e um olharzinho de canto de olho, com um pequeno sorriso de satisfação.

Interessado
No estado interessado, a criança nos observa e tem um nível médio de contato visual. Permite que você contribua com suas atividades.

A criança é capaz de se comunicar de forma verbal ou não verbal, e permite contato físico.

Não é 100% participativa, mas você percebe mais a sua presença na atividade. Ela parece um trabalhador desmotivado, faz suas tarefas, mas se distrai facilmente, voltando para o isolamento.

Altamente conectado
Esse é o estado que objetivamos chegar e permanecer a maior parte do tempo com as nossas crianças. Aqui ela apresenta alto nível de contato visual, risos ou gargalhadas são freqüentes. A criança cria comunicação para deixar a interação ativa e ainda é capaz de contribuir com a interação.

É nesse ponto que temos que chegar e nesse ponto podemos fazer as mais diversas solicitações, deixando a interação cada vez mais rica e completa, e desta forma conseguiremos um ganho cognitivo e social com a criança.

Não há ordem de importância com relação a esses três estados. Todos são igualmente importantes. Não se consegue nada, sem passar por todos.

Nós pessoalmente ainda tivemos pouca experiência com o estado altamente conectado, mas podemos dizer que o juntar-se no isolamento é uma experiência infinitamente rica, não só de proximidade com as atividades de nosso filho, mas também no nosso processo de auto conhecimento.




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