quinta-feira, 17 de junho de 2010

Somos todos autistas, a gradação está nos rótulos

Scheilla Abbud Vieira

Quando me recuso a ter um autista em minha classe, em minha escola, alegando não estar preparado para isso, estou sendo resistente à mudança de rotina.


Quando digo a meu aluno que responda a minha pergunta como quero e no tempo que determino, estou sendo agressivo.


Quando espero que outra pessoa de minha equipe de trabalho faça uma tarefa que pode ser feita por mim, estou a usando como ferramenta.


Quando, numa conversa, me desligo, "viajo", estou olhando em foco desviante, estou tendo audição seletiva.


Quando preciso desenvolver qualquer atividade da qual não sei exatamente o que esperam ou como fazer, posso me mostrar inquieto, ansioso e até hiperativo.


Quando fico sacudindo meu pé, enrolando meu cabelo com o dedo, mordendo a caneta ou coisa parecida, estou tendo movimentos estereotipados.


Quando me recuso a participar de eventos, a dividir minhas experiências, a compartilhar conhecimentos, estou tendo atitudes isoladas e distantes.


Quando nos momentos de raiva e frustração, soco o travesseiro, jogo objetos na parede ou quebro meus bibelôs, estou sendo agressivo e destrutivo.


Quando atravesso a rua fora da faixa de pedestres, me excedo em comidas e bebidas, corro atrás de ladrões, estou demonstrando não ter medo de perigos reais.


Quando evito abraçar conhecidos, apertar a mão de desconhecidos, acariciar pessoas queridas, estou tendo comportamento indiferente.


Quando dirijo com os vidros fechados e canto alto, exibo meus tiques nervosos, rio ao ver alguém cair, estou tendo risos e movimentos não apropriados.



Somos todos autistas. Uns mais, outros menos. O que difere é que em uns (os não rotulados), sobram malícia, jogo de cintura, hipocrisias e em outros (os rotulados) sobram autenticidade, ingenuidade e vontade de permanecer assim.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá.
Quando descobri que gostava de um autista,( em grau leve), casou aos 20 anos com uma menina de 14, tem dois filhos e há muito se separaou. trabalha (quando quer), fáz (quando quer)dorme( quando quer) come (quando quer).Não importa se alguém acha que deve, e sim , o que ele acha.
Me apavorei!!!!
Ficar refém da vontade dêle. Odiei!!!, será que sou egoísta? Será que penso só em mim??
Será que sou autista também? Já que, como em seu ponto de vista todos temos um pouco de autista. Mas até onde está a nossa diferença. Será que é na idade, eu com 59 e ele com 35? será que eu estabilizada e ele não? será por que tenho um coração cheio de amor para dar e ele pouco se importa com que os outros estão sentindo? será que é isso mesmo?Ou será a educação, ou algo mais, não sei. Você sabe???
Quanto ao sexo, que loucura. Um dia resolveu não querer mais,parecia que não gostava, mais na verdade nunca gostou. Mente reprimida, teimosa. Quando vivo de realidades. êle vive de fantasias. Quando acho que não gosta de mim, diz que me ama, que sou sua princesa, sua rainha. Me respeita muito. Escuta tudo que falo. geralmente não respondo, quando pergunto por que não responde, diz que não tem nada para falar e principalmente porque não tem razão. Digo que vou lhe deixar. Ele responde : o que posso fazer???
Seu jeito frágil, uma carinha de menino precisando de colo me desarma. Cuido de sua s coisas, sua comida, sempre que dá. Trabalho, passo o dia fora e geralmente estamos juntos mais final de semana. Isso quando não resolvbe escapulir para ficar sózinho já que diz que não tem outra. Gosta muito de bola, de dançar, música. ém um carrapeta no salão. se esquece de tudo e fica muito alegre. Depois de tudo,toma umas cervejinhas. Quer qye eu participe, mais também em outros momentos foge de mim e geralmente nunca sei direito o que fazia e com que estava.
Em aguns momentos me sinto preterida e em outros muito querida.
Quero falar pra ele, o que ele tem.Será que posso?
Quando questiono suas atidudes, não sabe explicar porque age assim. Até pensa que foi feitiço da ex - mulher que falou que nunca mais ficaria com alguém. Gravou no cérebro. Já lhe falei que ela não tem poderes para determinar o futuro de alguem, principalmente o dele.E que ele é dono do seu destino e que deve fortalecer seu corpo se alimentando bem e seu esapírito se congregando ena igreja. Ele teve uma educação evangélica, mas está desviado. com o falecimento da mãe ficou desanorteado e se apega em mim. E como eu já tenho um ímã para me aproximar de pessoas assim. è incrível....
Quer buscar ajuda, o que faço para tranmitir tudo o que me foi esclarecido, posso dizer que até pelo poder divino, pois vivia pedindo a deus que me esclarecesse aquela situação.
Me deu um estalo: Só podia ser Autista. Fui pesquisar e tudo que lia a respeito na maior parte parecia que estavam falando dele.Não existe outra explicação. Filho bastardo, do pai com a propria irmã da esposa dele. No caso a cunhada.Mas foi adotado pela esposa do pai que na realida era sua tia. E foi criado com muito amor. Hoje não tem mais pai nem a mãe. só os irmãos que pouco se gostam. Apenas um dá apoio e atençao para ele.
Quero ajuda-lo, por uma questão humanistica e que também na vida já tive experiencias com alcoólatra mais com o autismo em adulto ainda não. Há não ser as tolices filho de uma nora, com o marido anterior. Ela diz que o filho é autista.Mas na verdade nunca intervi muito na educação, á não ser quando ela batia nele e eu pedi que ela desse mais carinho para o filho. A situação não é nada fácil, me ajude.
Quero saber como encaminhar essa pessoa para um tratamento, se tem jeito, se esse problema é considerado doença e se pode ter algum auxilio do governo, poi não consegue encarar a responsabilidade do emprego e quero saber porque ele tem tanto sono.
aguardo qulquer resposta
renildacsantos@hotmail.com
Belém-Pará
091-96368281
bjo.

Anônimo disse...

Muito bonito esse artigo